Atendendo aos pedidos!!!

Esse texto foi publicado inicialmente na edição nº 0 do Vortex Art! (que está disponível para download), mas atentendo aos pedidos o mesmo agora está postado aqui no blog também. Boa leitura!

A BUNDALIZAÇÃO

Durante décadas e décadas as mulheres lutaram por igualdade e continuam lutando. Na época, elas queriam apenas estudar, trabalhar, votar, ou seja, ter os mesmos direitos que os homens. Muitas dessas se vestiam como homens para poderem estudar medicina, por exemplo, mas obviamente, escondidas de seus respectivos maridos. Outras foram além, deram o suor, o sangue e até a própria vida por esse ideal de igualdade.
Até ai eu entendo que o feminismo não era um machismo às avessas (como disse uma amiga minha), era uma força que nasceu da vontade de ser igual e independente, mas sem deixar de ser mulher e deixando de ser “mulher objeto”. Realmente o machismo era e é pura ignorância e por muito tempo privou as mulheres de mostrar que o que nos difere são nossas competências, pois capazes todos nós somos igualmente.
Mas indo diretamente ao assunto, o que me intriga é o fato de que inúmeras mulheres no passado lutaram por um espaço, mas só para que no presente as mulheres, que se julgam independentes e feministas, possam ir a programas de TV para mostrarem suas bundas e sustentarem uma cultura altamente machista. Pois rebolar hoje em dia é cultura e é até arte, visto como o povo diz que a “mulher-fruta sabe lá o que” é artista. Quanta ignorância!
Esse fato remete diretamente ao passado, uma vez que essas “mulheres-plantas, frutas e até carne” amparam o machismo, pois elas não se vestem promiscuamente e balançam seus traseiros para chamarem a atenção de outras mulheres, mas sim para conduzirem olhares masculinos, tornando-se assim mulheres objeto e indo contra um dos ideais do feminismo.
Assim, percebo facilmente a diferença entre as mulheres do passado para as mulheres do presente. Antes elas eram oprimidas, vitimas de uma sociedade relativamente ignorante, mas essas remavam contra a maré afim de igualdade e dignidade. Por sua vez, hoje que as mulheres são independentes elas mostram suas bundas na TV, denegrindo a imagem da mulher e de quebra, encaixando-se no perfil de “mulher objeto”.Ai eu penso que, sair da frente do tanque de lavar roupas ou do fogão para ir à frente de uma câmera com um shortinho socado quase no útero e rebolar fazendo caras e bocas são uns trezentos passos para trás para quem busca independência e respeito. Mas como nossa cultura atualmente é, no mínimo, ridiculamente distorcida, talvez essas mulheres consigam até sua independência, contudo respeito é algo que vá ficar para outra encarnação mesmo. Pois quem é que vai levar a sério uma mulher que só tem a bunda como referência de suas ações?
Mas sabem o que é mais deprimente? É que essas mulheres nunca vão se desassociarem de suas bundas para aparecerem na televisão, reforçando a idéia de que elas só têm a bunda a oferecer ao telespectador, que é acéfalo e conivente. Mas quando a moda daquela dança ou daquela música escrota passar essas mulheres vão pousar nuas para revistas masculinas, fazer filmes pornôs para não caírem no esquecimento e assim vão ganhando a vida, obviamente com a sua bunda.
Bem, daí para o buraco é só um passo, pois um dia tudo cai e ninguém vai se lembrar da fulana que mexia o traseiro. Mas a fulaninha vai forçar a barra e de repente ela volta num desses programas que passam no domingo a tarde, toda siliconada e mais uma vez mostrando seu ganha-pão, seu instrumento de trabalho que vai ser só a sombra de um bumbum que já foi arrebitado.
Não sinto que eu tenha sido radical ou preconceituoso em minhas palavras, mas não entendo como os valores, os princípios, a moral e a luta por um ideal trouxeram nossa sociedade de volta a um momento de ignorância. E ainda dizem que a ignorância é uma benção, mas a meu ver só é uma benção para quem é ignorante. Ou seja, a estupidez não está em não saber das coisas, pois ninguém tem a obrigação de saber de tudo, mas a ignorância reside naquele que insiste em não querer saber. Logo a estupidez que afligi a nossa sociedade, deturpa nossa cultura e inverte os valores morais não é uma benção, é pura burrice mesmo, pois todos sabem o que é certo e errado. Ao menos deveriam saber, mas saber não basta, é necessário agir!
Voltando ao assunto, ridículo mesmo é o clima de hipocrisia que paira no ar. Parem e pensem. Uma mulher que se intitula feminista e vai num determinado programa de televisão para mostrar sua bunda e sustentar essa cultura machista nada mais é que uma hipócrita, sem falar dos outros adjetivos a quais ela tem mérito. Mas eu sei que muitos vão me dizer “A bunda é dela e ela faz o que quiser!”, tudo bem, eu respeito opiniões (e até a falta dela), mesmo quando as pessoas não têm argumentos para defender um ponto de vista (malditos acéfalos!).
Não, eu não sou um homossexual a fim de abolir a bundalização e nem gosto de celulite também, mas tem outro fator que me incomoda e me preocupa. Como a bunda hoje em dia é cultura devido à falta de cultura do nosso povo, percebo que as crianças já se apropriaram desse costume como se fosse algo normal. Digo isso, pois no ano novo, na casa de uma amiga da família, vi uma menina de uns sete anos de idade dançando funk como se fosse uma dessas mulheres com nome de hortaliça e isso me deu uma ânsia, um nojo e uma indignação fora do comum. A mãe dessa criança via aquilo de forma natural e aplaudia os movimentos que a filha fazia. Movimentos que induziam ao sexo, basicamente uma “dança do acasalamento”, agora imaginem a “degenerada” que a menina pode se tornar daqui uns anos. Aff!
Sou eu quem está errado ou isso tudo é muito bizarro?
Valeu pessoal, um forte abraço!
Paz e Luz!
A equipe