Meio rica, meio culta
Entre o que acredita ser e o que é
Meio distante, meio perto
Desde o meio, olha meio mal
Aos negros, aos ricos
Aos sábios, aos loucos, aos pobres
Se escuta um Hitler, meio que gosta
E se fala um Che meio também
No meio do nada, meio em que duvida
Analiza até a metade todos os feitos
E meio confusa sai as ruas com meia panela
Então meio que chega a se importar
Com os que mandam meio as sombras
As vezes só, se dá conta
Meio tarde
Que a usaram de peão
Em um jugo xadrez que não compreende
E que nunca vira rainha
Assim, meio raivosa
Se lamenta de ser o meio de que outros comem
Ao meio de um meio que não entende nem meio.
POR LAURA BOURDIEL (Mundo aparte)